O que significa a agricultura para Espanha.

O que significa a agricultura para Espanha

 

O CEO da Bolschare Agriculture, Pedro Foles, analisa hoje, num artigo publicado no  El Economista, o peso do sector na Península Ibérica, bem como a necessidade de destacar a importância do impacto direto e indireto da agricultura em áreas estratégicas.

 

Ver notícia:

https://www.eleconomista.es/opinion/noticias/12695613/02/24/lo-que-la-agricultura-supone-para-espana.html


O investimento em terras não é uma moda passageira

Nos últimos anos, assistimos a um afluxo maciço de capitais para o mundo da agricultura a nível mundial.

A compra de terras, ou o seu arrendamento a longo prazo, é apenas o primeiro passo daquilo a que poderíamos chamar investimento no sector agroindustrial e não na agricultura. Se olharmos apenas para este primeiro passo do investimento, a primeira coisa que nos vem à cabeça é a ideia de inflação no valor da própria terra e no valor das rendas a longo prazo, esta última agravada no território ibérico pela proliferação "louca" (não sei se é mesmo sem cabeça) de campos para a produção de energia solar.

O aumento do valor das terras é, sem dúvida, mais do que apreciável, e o valor das terras duplicou, em muitos casos, nos últimos cinco anos.  Se a esta subida de preços juntarmos factores como a guerra na Ucrânia, o aumento dos factores de produção, as dificuldades em obter garantias de água para assegurar a produção, e mesmo a diminuição do crescimento demográfico do principal importador de alimentos, a China, o aumento dos custos de transporte e de transformação face aos infindáveis novos meios de comunicação no sector alimentar, podemos interrogar-nos por que razão há tanta afluência de dinheiro ao mundo da agroindústria?

Em contraste com os factores referidos no parágrafo anterior, existem muitas razões convincentes para o crescimento do sector agroalimentar como um novo mercado de investimento do ponto de vista financeiro.

A inflação da terra não pode ser considerada, como afirmam outros autores, como o início de uma nova bolha financeira semelhante à que se verificou no sector da construção. Como já dissemos, a compra de terras é apenas o primeiro passo de um processo de investimento agroindustrial, sendo necessário um esforço muito maior para desenvolver a terra e torná-la rentável. Rentabilidades que durarão muitos anos e que, na maioria dos casos, ultrapassam a duração dos veículos financeiros criados para investir no sector. Este último facto será uma das primeiras coisas que o mercado terá de aprender para adaptar as suas estruturas de investimento rígidas e estultificadas a um sector produtivo diferente de qualquer outro nicho de investimento até agora explorado pela indústria financeira.

O segundo passo para rentabilizar os investimentos no agronegócio e agora que as valorizações, embora crescentes, são um valor escasso e "contábil", é o fato da transformação. A indústria financeira pode estar a afluir para investir no agronegócio, cada uma com uma intenção diferente, que explicaremos mais adiante; mas a capacidade de transformação, o conhecimento para gerar um resultado financeiro ótimo e duradouro, reside nas mãos de muito poucos actores.

O sector financeiro está a ver o seu dinheiro fluir para um sector que é fundamentalmente familiar, com conhecimentos e propriedade transmitidos de geração em geração, mas em que a profissionalização e a "industrialização" da gestão das explorações agrícolas reside num punhado muito pequeno de empresas.  É surpreendente que o sector financeiro não esteja atento a este facto e que estas empresas não sejam o seu principal alvo quando consideram investimentos no agronegócio.

O objetivo último da agricultura é produzir alimentos para alimentar uma população mundial em crescimento. Não é por acaso que a FAO determina a utilidade da produção e das terras utilizadas para a agricultura em função do custo necessário para produzir 100 g de um determinado alimento.  Só este facto seria suficiente para justificar qualquer investimento na agroindústria.

Anteriormente, comentámos que o sector financeiro se aproxima da agricultura por diferentes razões, algumas das quais são simplesmente internas; por exemplo, a compensação das suas carteiras de investimento face às novas regras de investimento sustentável, e que, mais uma vez, apanharam o mundo financeiro a "olhar para o outro lado".

Mais uma vez, estamos perante um fator intrinsecamente ligado ao mundo da agricultura. Contrariamente à opinião generalizada de que a agricultura é um utilizador poluente e "esbanjador" de factores naturais como a água, a agricultura, a gestão da terra durante longos períodos de tempo, é o principal ativo de investimento que, pela sua própria natureza, é uma fonte de benefícios ambientais.  O seu próprio funcionamento torna óbvia a geração de economias circulares, a gestão eficiente da água (nenhum sector investigou e introduziu melhorias na gestão da água como a agricultura), o sequestro de carbono... A agricultura, em suma, tem um impacto, sem qualquer esforço especial, em 13 dos 17 ODS.

Mais uma vez, ao lidar com o conceito de sustentabilidade, o sector depara-se com o problema de haver muito poucos actores com conhecimentos para implementar estas medidas de sustentabilidade nos seus investimentos. Medidas que também têm um impacto direto na redução dos custos dos factores de produção e na geração de novos fluxos de receitas para as suas explorações.

Sem dúvida, a sustentabilidade é o senso comum da agricultura.

Em resumo, poderíamos dizer que o investimento em terras não é uma moda passageira, mas apenas o primeiro ato de uma indústria de investimento que terá de evoluir rapidamente porque, mais uma vez, o ativo subjacente está a superar o próprio investimento em termos de conhecimento e expectativas. Esperamos que o sector financeiro se concentre nos investimentos em tecnologias agrícolas e na capacidade operacional agrícola.

O investimento no agronegócio, assim como a sustentabilidade, não pode ter uma visão parcial, mas deve ter uma visão holística.

Dimas Antúnez.


Temos o prazer de anunciar Pedro Foles como o novo CEO para levar a Boslchare Agriculture à próxima fase

Bolschare Agriculture nomeia Pedro Foles como o próximo Director Executivo (CEO) da empresa para Portugal e Espanha.

Pedro Foles é um agrónomo experiente com 11 anos de experiência na Península Ibérica e no Reino Unido. Durante 7 anos trabalhou como gestor agrícola para a Família Real Britânica, com especial incidência em culturas permanentes e gado. De regresso a Portugal, Pedro trabalhou como Country Manager para a Agromillora em Portugal, onde ajudou a desenvolver todos os projectos em que a empresa esteve envolvida, com enfoque nas culturas de amêndoas e oliveiras em todo o país. Em 2022, juntou-se à família Bolschare como Chefe de Operações. Desde o início, conseguiu ganhar a confiança de toda a equipa, que seguiu a sua liderança, assumindo um grande desafio, ajudando a empresa a crescer e dando a sua grande capacidade como ser humano e gestor. Ao longo da sua carreira, Pedro tem sido um grande defensor da sustentabilidade e das novas tecnologias, dando um impulso à inovação e crescimento da empresa, sendo esta a chave para levar a estratégia da Boslchare Agriculture para o nível seguinte.

   "Tenho orgulho em ter liderado a Bolschare Agriculture ao longo destes anos e temos o prazer de acolher Pedro Foles como o nosso novo CEO. A vasta experiência e capacidade de liderança de Pedro Foles são exactamente as qualidades de que precisamos para fazer crescer o nosso negócio de uma forma sustentável ao longo dos anos. Estou confiante de que a sua paixão pela agricultura, tecnologia e sustentabilidade, juntamente com a sua experiência global, nos ajudará a criar novas oportunidades de crescimento e a proporcionar um valor excepcional aos nossos empregados, clientes e parceiros. Estamos entusiasmados por trabalhar com Pedro, à medida que transformamos simultaneamente os nossos negócios e fazemos crescer um futuro melhor para todos"

- Ignacio Schmolling (Presidente do Grupo Bolschare)

   Bolschare Agriculture é o operador agrícola líder na Península Ibérica, concentrando-se na sustentabilidade dos modelos de produção de acordo com a métrica ESG, oferecendo a combinação perfeita de uma agricultura rentável com alta tecnologia e sustentabilidade, cuidando e melhorando o solo, o ambiente e a comunidade em torno das nossas explorações agrícolas.

   Na Bolschare, compreendemos que, para criar valor nas nossas quintas, precisamos de criar um futuro melhor para todo o ecossistema. Estamos muito orgulhosos de ter a oportunidade de fazer parte do futuro da agricultura moderna e de criar o futuro. Voltamos às nossas raízes como agricultores todos os dias e acreditamos que não há futuro sustentável sem aprender com o passado todos os dias.

  "Ser nomeado CEO da Bolschare é um momento de grande responsabilidade, motivação e confiança para continuar a liderar esta grande equipa através do crescimento da empresa, como Ignacio Schmolling tem feito todos estes anos desde a sua fundação. Na Bolschare, temos a sensação de que estamos a trabalhar com a nossa família, apoiando-nos e ajudando-nos uns aos outros. É com este espírito que aqui viemos e é neste espírito que continuaremos a crescer juntos como empresa e como equipa durante muitos anos. Finalmente, gostaria de agradecer à família Schmolling pela sua confiança e apoio".

- Pedro Foles (CEO da Bolschare Agriculture)

Tratamento e Valorização das Águas Ruças

RESUMO

O objetivo deste relatório consiste em perceber quais os tratamentos disponíveis para as águas ruças e como as mesmas podem ser valorizadas. Para isso, na primeira parte do relatório pode-se encontrar um enquadramento das águas ruças, o que são, quais os tratamentos possíveis e viáveis. Na segunda parte, recorrendo a dados do INE realizou-se uma estimativa de produção de águas ruças e suas características.

Palavras-chave: águas ruças, valorização, tratamentos e quantidades.

 

INTRODUÇÃO

Todos nós, na sociedade atual, concordamos que seria impensável produzirmos resíduos e não haver ninguém para lhes dar uma "solução”! Nesta ótica, a Gestão de Resíduos assume uma importância fulcral, visto ser desta forma que os resíduos são tratados e devidamente encaminhados para o destino final mais adequado (LIPOR, 2019).
Os benefícios da Gestão de Resíduos são evidentes, para além de possibilitar dar um destino final adequado aos resíduos, permite criar sinergias entre entidades que, de outra forma, não conseguiriam dar solução a este problema.
Desta forma, a Gestão de Resíduos traz benefícios ambientais, económicos e sociais já que permite à sociedade (con)viver em harmonia com os resíduos que produz (LIPOR, 2019).
Ao nível ambiental os benefícios traduzem-se pela poupança de recursos naturais, i.e., ao encaminharmos os nossos resíduos para um destino final adequado quer seja pela reciclagem ou compostagem, estamos a poupar recursos naturais (que são finitos e cada vez mais escassos...) e desta forma estamos a poupar o meio ambiente. Ao reintroduzirmos no ciclo produtivo materiais que já foram utilizados e que são agora reciclados, estamos a evitar a utilização dos recursos naturais (LIPOR, 2019).
Em termos sociais, os benefícios traduzem-se não só pela criação de emprego como, pela possibilidade de ter uma sociedade mais organizada, onde é possível (con)viver em harmonia com os resíduos uma vez que estes são corretamente encaminhados e tratados (LIPOR, 2019).
Em termos económicos, questões como a criação de emprego e a poupança de recursos naturais (e os custos associados à sua extração e transformação) são formas de conseguir grande vantagem económica (LIPOR, 2019). Percebendo que a gestão de resíduos é fundamental, têm vindo a ser produzidos, nomeadamente nos países desenvolvidos, documentos legislativos e normativos, regulamentos e códigos de boas práticas visando a redução e valorização dos resíduos orgânicos, contemplando as diversas componentes da  sua gestão, desde a produção e processamento até à utilização na agricultura (Gonçalves M., 2005).
Quando deficientemente geridos, os resíduos orgânicos podem degradar a qualidade dos recursos naturais, designadamente dos recursos hídricos, do ar ambiente e da atmosfera, com os consequentes efeitos na saúde animal e pública. Os principais agentes de degradação dos meios hídricos são a matéria orgânica facilmente biodegradável, de elevada carência bioquímica de oxigénio, os nutrientes, principalmente o azoto e fósforo, os microrganismos patogénicos e, os metais pesados e micropoluentes orgânicos (Gonçalves M., 2005).

A experiência e o conhecimento científico conduziram ao reconhecimento de que só será possível uma gestão de resíduos ambientalmente segura se ela tiver em conta os seguintes princípios-guia:
• princípio da prevenção: a produção de resíduos deve ser restringida ou evitada na sua fonte;
• princípio do poluidor pagador: deverá ser o produtor dos resíduos a suportar os encargos inerentes à sua gestão, tratamento e confinamento;
• princípio da precaução: qualquer ação que envolva potenciais riscos para o ambiente deve ser precedida de medidas destinadas a garantir que não venham a ocorrer impactes ambientais negativos;
• princípio da proximidade: os resíduos deverão ser processados o mais próximo possível da sua fonte (Gonçalves M., 2005).
Tendo estes conceitos por base, o relatório incide sobre um dos subprodutos da indústria de produção de azeite, as águas ruças, o outro subproduto é o bagaço. As águas ruças carecem de uma gestão apropriada, visto que se as mesmas forem lançadas diretamente na natureza, sem tratamento, causam impactos extremamente negativos. Assim sendo, será apresentada numa primeira parte o conceito de águas ruças e respetivos tratamentos e numa segunda parte dados que permitem estimar o valor produzido de águas ruças em 2017, proveniente de extração em lagar continuo de 3 fases.

 

O QUE SÃO ÁGUAS RUÇAS
As águas ruças são um subproduto da indústria do azeite, e são resultantes de vários processos produtivos, designadamente:
• Águas residuais resultantes da extração de azeite
• Água de lavagem da azeitona (etapa de limpeza);
• Água de vegetação (intrínseca à azeitona);
• Água adicionada ao processo (etapas de malaxagem e extração);
• Água de limpeza dos equipamentos.
As águas ruças constituem um problema para o meio ambiente, pois a sua composição química não permite a sua libertação direta para a natureza. As águas ruças são resistentes à degradação biológica devido à presença de sólidos voláteis, matéria inorgânica e, também à presença de elevada concentração de compostos fenólicos. Devido a estas características, que são responsáveis por concentrações elevadas da carência química de oxigénio (CQO) e de carência bioquímica de oxigénio (CBO) (Ferraz M., 2012).
As águas residuais resultantes do processo de extração de azeite, constituem dos tipos de efluentes mais problemáticos nos países situados na orla mediterrânea. Estes efluentes apresentam um grande poder contaminante, devido ao seu elevado conteúdo orgânico, e uma difícil biodegrabilidade, devido à presença de compostos fenólicos (Peres J. e Santos L., 1998).
Estima-se que nos principais produtores mundiais de azeite, designadamente Espanha, Itália, Grécia, Tunísia e Portugal, sejam gerados cerca de 30 milhões de m3/ano de águas ruças. Em Portugal calcula-se que este valor se situe entre 100.000 e 350.000 m3, a que corresponderá uma carga poluente equivalente entre 1 e 2,5 milhões de habitantes (Peres J. e Santos L., 1998). Tendo por base que a extração de azeite gera uma grande quantidade de águas ruças, para a estimativa que será apresentada mais à frente sugere-se que 200 kg azeite geram 1200 kg de água ruça.

TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DAS ÁGUAS RUÇAS
Existem vários tipos de processos que permitem tratar e valorizar as águas ruças, dentro dos quais se destacam:

PROCESSOS FÍSICOS
o Sedimentação gravítica, este é um fenómeno, natural ou forçado, da qual resultam duas frações, uma sólida sedimentada e um clarificado. É um processo lento e requerer normalmente o uso de agentes floculantes para acelerar o processo. Como tratamento de águas ruças não é por si só completamente eficaz, podendo ser utilizado como pré-tratamento para diminuir o poder contaminante da água ruça bruta (Ferraz M., 2012).
o Flotação, permite a remoção gorduras e óleos, através da injeção de ar pressurizado pelo fundo do reservatório que é alimentado pela água ruça. A principal vantagem desta operação sobre a sedimentação é o facto das partículas de baixa densidade serem removidas com maior eficácia num menor período de tempo (Ferraz M., 2012).
o Filtração por membranas, envolve a separação de matéria particulada ou coloidal, chamado de concentrado, do líquido, o permeado. É uma operação que utiliza uma barreira física, a membrana, que em função da sua porosidade permite a passagem de certas substâncias e retém aquele cujo diâmetro é superior ao do poro. Os processos de filtração por membranas são vantajosos quando se pretende concentrar a matéria orgânica e recuperar determinados
constituintes que se possam tornar valorizáveis (Ferraz M., 2012).

PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS
o Neutralização, o ajuste do pH ou neutralização de uma água é necessário quando há alcalinidade ou acidez em excesso no meio. Através da adição de cal para neutralizar a água ruça, grande parte dos contaminantes são
removidos (Ferraz M., 2012).
o Coagulação/Floculação, inicia-se com a destabilização das cargas dos sólidos em suspensão. Para esta se dar de forma eficiente, a dispersão do coagulante deve ser efetuada através de uma operação de mistura rápida para maximizar
a adsorção do coagulante às partículas, neutralizando as referidas cargas (Ferraz M., 2012).
o Adsorção, é uma operação de transferência de um constituinte presente na fase líquida para a fase sólida e ocorre não só na superfície visível, mas também a nível dos poros. Os principais adsorventes usados no tratamento de águas residuais incluem o carvão activado, polímeros sintéticos e substâncias à base de sílica (Ferraz M., 2012).
o Oxidação Química, tem sido utilizada na redução da concentração de matéria orgânica, controlo de odores, remoção de amónia e na redução de biomassa bacterial e viral presente na água residual. No entanto, hoje em dia é comum
a sua utilização para potenciar a remoção de matéria orgânica não biodegradável, eliminar compostos capazes de inibir o crescimento microbiano e eliminar compostos tóxicos para a biomassa microbiana e para a flora aquática (Ferraz M., 2012).

PROCESSOS BIOLÓGICOS
o Digestão anaeróbica, tem como base a utilização de microrganismos, como por exempro leveduras e fungos filamentosos, que se desenvolvem no seio da água ruça degradando os seus constituintes (Peres J. e Santos L., 1998).

PROCESSOS TÉRMICOS
o Evaporação Natural, são criadas lagoas de evaporação e as águas ruças sofrem um processo de evaporação natural, podem depois ser utilizadas em fertirrigação e pode mesmo promover-se o eventual aproveitamento do resíduo seco final (Peres J. e Santos L., 1998).
o Evaporação Forçada, processo análogo ao das lagoas de evaporação, com a vantagem de necessitar de menores áreas disponíveis, menor tempo de evaporação e de se poder recuperar a água evaporada, se forem instalados condensadores (Peres J. e Santos L., 1998).

VALORIZAÇÃO DA ÁGUA RUÇA COMO FERTILIZANTE DE SOLOS

A água ruça apresenta matéria orgânica em elevadas concentrações e compostos minerais com propriedades fertilizantes, o que leva a que seja considerada benéfica a aplicação controlada deste produto no solo. O uso de água ruça na rega em culturas como oliveiras, videiras, em plantações de milho ou girassóis, tem efeitos benéficos, mas a sua aplicação deve ser feita apenas após a avaliação dos impactes ambientais que pode provocar a nível do solo e das culturas (Ferraz M., 2012).

RECUPERAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS
A concentração de fenóis nas águas ruças constitui o maior problema de toxicidade relativamente à atividade bacteriana, quando descarregada em meios naturais. No entanto, a esta classe de compostos são atribuídas propriedades fortemente antioxidantes, o que leva a que a água ruça seja uma potencial fonte de antioxidantes naturais (Ferraz M., 2012).

De todos estes processos descritos para valorizar as águas ruças os que se apresentam como sendo processos mais viáveis são a filtração por membranas, que permite aproveitar as águas ruças para a rega de solos agrícolas. E a digestão anaeróbica que permite produzir biogás. Estes processos, contudo, revelam-se dispendiosos e com custos de investimento e de operação elevados. Neste sentido, a evaporação natural apresenta-se como a solução mais prática e económica de todos os processos apresentados. Os custos de investimento são relativamente reduzidos e os custos de operação e manutenção são praticamente nulos. A gestão do efluente é mínima. A água ruça ou é armazenada e evaporada ou apenas armazenado para rega entre campanhas. É possível ainda a valorização do subproduto. Após a evaporação é possível a venda do resíduo sólido seco como fertilizante e no caso de água ruça ser utilizada na rega, há uma poupança assegurada de água captada bem como de produtos fertilizantes. Este processo não incorre da dependência de terceiros para que o investimento não se torne num prejuízo.

CARACTERÍSTICAS E QUANTIDADES ESTIMADAS - ÁGUA RUÇA
Só é possível gerir eficazmente os resíduos se formos capazes de determinar as quantidades de resíduos geradas e as suas características. Neste sentido, nesta segunda parte do trabalho são apresentadas as características das águas ruças, bem como uma estimativa para 2017 de toneladas de águas ruças geradas em extrações em lagar continuo de 3 fases.
CARACTERÍSTICAS – ÁGUAS RUÇAS
Como é possível observar na FIGURA 1, a água ruça é constituída por material orgânico e material inorgânico.

FIGURA 1. Constituição Águas Ruças

Na FIGURA 2 apresentam-se os valores médios da constituição das águas ruças em termos de material orgânico - pH, condutividade elétrica, matéria seca, matéria orgânica, lípidos, polifenois, açucares, ácidos orgânicos e N orgânico.

FIGURA 2. Constituição Águas Ruças – MATERIAL ORGÂNICO


Na FIGURA 3 evidenciam-se os valores médios da constituição das águas ruças em termos de material inorgânico, ou seja, chumbo, cádmio, ferro, zinco, manganês, magnésio, cálcio, potássio, cloro e sódio.

FIGURA 3. Constituição Águas Ruças – MATERIAL INORGÂNICO

QUANTIDADES ESTIMADAS – ÁGUAS RUÇAS
Por vezes determinar a quantidade de resíduos produzidos não é fácil nem evidente. Neste relatório tentou-se estimar a quantidade produzida em 2017 de águas ruças, para isso recorreu-se aos dados disponibilizados pelo INE para a Azeitona oleificada (t) por Localização geográfica (Região agrária), Tipo de lagar de azeite e Sistema de extracção utilizado; valores anuais. A FIGURA 4 é o resumo dos dados obtidos para a produção de azeitona oleificada em toneladas.

FIGURA 4. Azeitona oleificada em toneladas, por localização geográfica, tipo
de lagar e sistema de extração em 2017, (INE, 2019)

Os pressupostos assumidos para o cálculo das toneladas produzidas de águas ruças foram os seguintes:
• contabilizaram-se as toneladas processadas em decanter de 3 fases
• para cada tonelada de azeitona estimou-se um rendimento médio de 15%, ou seja, 150kg de azeite

• cada 0,2 ton de azeite dará origem a 1,2 ton de água ruça
• Os lagares tradicionais e o de 2 fases foram excluídos da estimativa, pois a água ruça sai juntamente com o bagaço

A FIGURA 5 sintetiza a estimativa obtida tendo por base os pressupostos enunciados. Conclui-se, que em 2017 foram produzidas em Portugal 92.300 toneladas de azeitona, com um rendimento em azeite estimado de 13.845 toneladas e uma produção de água ruça de 83.070 toneladas, utilizando o método de extração contínuo de 3 fases. A região agrária que contribui com uma maior percentagem de produção de aguas ruças é o Alentejo (34%), seguido da Beira Litoral (22%) e o Ribatejo e Oeste (20%). Percebe-se ainda a importância vital que o tratamento e valorização das águas ruças assume no panorama nacional.

FIGURA 5. Estimativa produção águas ruças (lagar 3 fases) 2017, (INE, 2019)

CONCLUSÕES
Com a modernização evidente da agricultura, a implantação de novas e modernas operações culturais, intensificação e o regadio, em culturas que tradicionalmente seriam conduzidas em sequeiro, nomeadamente a cultura do Olival, verifica-se um aumento exponencial da produção do azeite, caminhando para o equilíbrio da nossa balança comercial. No entanto, este aumento de produção acarreta-nos um problema, o aumento dos resíduos inerentes a essa agroindústria. As águas ruças são desde sempre um resíduo agrícola na produção de azeite que nos pode oferecer problemas ambientais graves. Devido à sua composição é difícil a sua eliminação, assim o caminho será a sua valorização no sentido de viabilizar em termos ambientais a produção de azeite. Este trabalho procurou fazer uma revisão aos avanços tecnológicos no caminho da valorização das águas ruças e assim o seu aproveitamento para agricultura, fazendo retornar ao solo os elementos essenciais que foram retirados na “alimentação” da cultura. Estes processos para serem eficientes, devem ser, economicamente viáveis e simples, de forma a que o próprio agricultor os aplique encarando-os como mais uma operação cultural na sua exploração.

Escrito por: Engº Mário Mendes 

BIBLIOGRAFIA

Ferraz M., 2012. Contribuição para o estudo do tratamento de efluentes de
lagares de azeite. Dissertação Mestrado Faculdade de Ciências e Tecnologia
Universidade Nova de Lisboa.

Gonçalves M., 2005. Gestão de Resíduos Orgânicos. SPI – Sociedade Portuguesa
de Inovação, páginas 5, 50, 64.

INE, 2019. Instituto Nacional de Estatística, site consultado a 19 abril 2019.
SITE:https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0000
707&contexto=bd&selTab=tab2

LIPOR , 2019. Conceito gestão resíduos e benefícios gestão de residuos. LIPOR,
site consultado a 19 abril 2019.
SITES: https://www.lipor.pt/pt/residuos-conceitos-fundamentais/gestao-de-residuos-conceito/
https://www.lipor.pt/pt/residuos-conceitos-fundamentais/gestao-de-residuos-beneficios/

Peres J. e Santos L., 1998. I Simpósio Nacional de Olivicultura. Revista de Ciências
Agrárias, Volume XXI, nº 1-2-3 e 4, Jan-Dez 1998, páginas 393-396.


A Influência do Potássio nas Culturas

O potássio é o mineral mais abundante no tecido vegetal de praticamente todas as espécies vegetais e, por apresentar-se predominantemente na forma iónica K+ no tecido, o seu retorno ao solo é muito rápido, ocorre logo após a senescência das plantas, assim a maior parte do potássio é reciclada, embora possa haver perdas por lixiviação, principalmente quando se trata de solos arenosos. Contudo deve-se considerar que estas perdas não são tão significativas no plantio/sementeira direta porque este sistema favorece o acúmulo nas camadas mais superficiais do solo (Pavinato, 2004).

Ao contrário do que se verifica com o azoto e com o fósforo, não vamos encontrar o potássio como constituinte de qualquer dos três grandes grupos de componentes das plantas, isto é, os prótidos, os lípidos e os glúcidos (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

É um facto, porém que, quando se procede à análise química das plantas, encontramos o potássio em quantidades, de um modo geral, bastante superiores às do fósforo e, também mais elevadas do que as do azoto (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

A influência do potássio no metabolismo do azoto e síntese das proteínas apresenta também grande interesse prático, nomeadamente em plantas forrageiras (como é o caso da ervilhaca em estudo). Na ausência de uma conveniente nutrição de potássio, as plantas tendem a acumular azoto não proteico, nomeadamente na forma de amidas (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

A ação de diversas enzimas responsáveis pela realização de importantes ações bioquímicas é, em grande parte, regulada pelo teor de potássio existente na planta (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

A relação entre a utilização de potássio pela planta e os fenómenos da fotossíntese e resistência à seca tem sido observada em várias experiências e apresenta o maior interesse prático. Em presença de uma conveniente nutrição potássica, as células, em consequência da elevada capacidade de hidratação do potássio, ficam mais túrgidas e perdem menos água por transpiração (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

Várias experiências têm mostrado que uma conveniente nutrição potássica melhora a “saúde” da planta, tornando-a mais resistente ao ataque de doenças e pragas. A maior resistência poderá estar associada, por um lado, à maior espessura das células e, por outro, sobretudo no que se refere ao ataque de insetos, à influência prejudicial que a mais alta relação potássio/sódio nos
tecidos vegetais pode exercer no metabolismo daqueles agentes parasitários (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

Os sintomas de deficiência de potássio nas plantas, à semelhança do que, de um modo geral, se verifica na quase totalidade dos nutrientes, são variáveis de planta para planta. A fácil translocação do K+ faz que, também neste caso, as deficiências sejam mais evidentes nas folhas mais velhas, manifestando-se, quase sempre, pela morte e enrolamento, sobre a página inferior, das margens das folhas (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

Escrito por: Engº Mário Mendes 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Santos, J. Quelhas dos, 1983. Fertilizantes. Publicações Europa – América pp. 50-54

Pavinato, P. Sérgio, 2008. Ciência Rural, Nitrogénio e potássio em milho irrigado: análise
técnica e económica da fertilização v.38

Araújo, A. A., 1978. Forrageiras para ceifa capineiras, pastagens, fenação e ensilagem. 3ª
edição. Porto Alegre, Sulina: pp. 53-54.

INIAP, 2006. Manual de fertilização das culturas. INIAP: pp. 38, 98.

Moraes, Y.J.B., 1995. Forrageiras, conceitos, formação e manejo. Guaíba, Agropecuária: pp.
130-131.


Diminuição da exportação para a Rússia de vinho, massas, azeite, café e trufas

A exportação para a Rússia foi drasticamente reduzida depois da assinatura por parte da Rússia do decreto 778 em 7 de agosto de 2014 que interrompe a importação de vários produtos alimentícios da UE, EUA, Canadá, Noruega e Austrália. Devido às mais recentes sanções da UE aplicadas à Rússia, a Itália tem uma preocupação significativa e crescente com a exportação.

Vinho, massas, azeite, café e trufas são os produtos mais preocupantes, que no ano de 2021 representaram 670 bilhões de euros de exportação


O cultivo de amêndoa continua a crescer na Extremadura

A área dedicada às amendoeiras continua a crescer na Extremadura, razão pela qual se mantém a tendência dos últimos anos, graças à sua maior rentabilidade em comparação com outras culturas.

O presidente da COAG Extremadura, Juan Moreno, explicou que a área total cresceu um por cento este ano, razão pela qual já foram atingidos 7.600 hectares.Esta circunstância significa que a área aumentou nos últimos cinco anos em mais de seis por cento, especificou.

Se for considerada a área produtiva, a Extremadura ultrapassou pela primeira vez os 5.000 hectares, atingindo 5.420 hectares, e com uma previsão de produção de cerca de 5.400 toneladas de amêndoas em grão.

Este crescimento deve-se aos melhores preços das amendoeiras nos últimos anos em relação a outras culturas, e “aos seus custos não excessivos”, o que garante rentabilidade, disse Moreno.

No entanto, nas últimas semanas a amendoeira enfrentou uma tendência de queda de preços, o que não prejudicou, segundo Moreno, as expectativas colocadas na safra devido à alta produtividade das lavouras.

Moreno explicou que em relação aos preços, o que acontece na Califórnia (Estados Unidos), um dos principais produtores, é muito relevante e anunciará sua produção nos próximos dias.

O presidente regional do COAG alertou para a situação que muitos setores agrícolas da Extremadura podem experienciar devido a circunstâncias como preços baixos ou a situação de queda de consumo gerada pela crise do coronavírus.

Exemplos de setores-chave, como olival ou vinha, para os quais as medidas de apoio estadual e regional foram "quase inexistentes".

Neste último caso, lamentou a ausência de apoios do governo central "destinadas ao sector vitivinícola", para além das ajudas à reestruturação e reconversão da vinha, em que também se esperam perdas.

Fonte: http://valenciafruits.com/el-cultivo-del-almendro-sigue-al-alza-en-extremadura/


Argélia estima ser um dos maiores produtores de azeite

A Argélia tem uma localização geográfica que lhe confere um dos climas mais favoráveis ​​ao cultivo da azeitona. É o que afirma Samir Gani, presidente do Comité Organizador do Concurso Nacional para o melhor AOVE Argelino Apuleius e diretor da feira internacional de azeitonas S.I.O. Med Mag Oliva Argélia, no boletim Juan Vilar.

O setor oleícola é um elo importante na economia, herança e cultura argelina, e muito presente na dieta argelina que salva o país de importar 120.000 toneladas de azeite e 300.000 toneladas de azeitonas de mesa.

A crise económica e a queda do preço do petróleo levaram as autoridades argelinas a optar por uma mudança na sua política e apostar numa olivicultura capaz de gerar um excedente que será destinado à exportação, explica Gani a Vilar. Daí o aparecimento de novas explorações olivícolas e de novos territórios onde o cultivo da azeitona não existia no passado, como no Sahara e nas terras altas que são zonas áridas e semi-áridas.

Este país passou de 190.000 para 500.000 hectares de olival em menos de 20 anos, composto por cerca de 160 olivais autóctones introduzidos de outros países mediterrânicos, com mais de 70 variedades autóctones, das quais 36 já estão aprovadas.

Exportação

O futuro do setor oleícola na Argélia, Gani descreve-o como muito promissor, pois destaca que eles têm uma grande margem de desenvolvimento que, do seu ponto de vista, permitirá que estejam entre os três maiores produtores do mundo.

Para exportação, eles esperam excedentes de produção no futuro. Promover maior consumo a nível local é sua prioridade, mas não será suficiente. Para isso, está a ser realizado um trabalho de otimização de desempenho, melhoria da qualidade, criação de consórcios; além de outras ações, como a despoluição do ambiente de negócios na Argélia, que abrirá as portas ao investimento e à associação com operadores estrangeiros num espírito de benefício mútuo, destaca Gani.

Consumo

O consumo médio de azeite na Argélia é de 2,5 litros por habitante por ano, com picos em certas regiões, como a Cabília, que chegam a 15 litros/pessoa/ano. Da mesma forma, espera-se que este consumo médio aumente nos próximos anos à medida que os preços de venda, que segundo o presidente da Comissão Organizadora Apuleio, não são acessíveis para o consumidor, começam a cair e os consumidores estão cada vez mais conscientes dos benefícios do azeite na sua saúde.

Da mesma forma, ele acrescenta que a oferta, que começa a superar a demanda, pressiona o produtor a reduzir sua margem de lucro.

Destaca-se também a aposta do país na melhoria da qualidade do azeite argelino, através de campanhas de sensibilização, organização de uma exposição internacional especializada, concurso nacional para o melhor EVOO, conferências científicas, formação em degustação e análise sensorial, que os tem levado a uma mudança gradual, mas radical, de tendências, de consumidores comprometidos com a exigência de qualidade, ou seja, o EVOO.

Fonte: https://www.olimerca.com/noticiadet/argelia-aspira-a-ser-uno-de-los-mayores-productores-de-aceite-de-oliva/256c4826c5426b3f96227f1ddb4626e3


Mercado de la Almendra: Presente y Futuro

RENTABILIZAR TU TIERRA Y ELE AGUA: MÁS ALLÁ DEL CULTIVO INTENSIVO

Las plantaciones de almendro han tenido un fuerte incremento en nuestro país en los últimos 4 años. De hecho, algunos actores de este mercado, consideran que se ha producido un “boom” y que tal como ha ocurrido en otros cultivos o incluso en otras áreas de la economía este puede estallar en cualquier momento. Explicar el porqué de este crecimiento se puede definir con una palabra:

  • Rentabilidad.
  • Precio de la almendra.
  • Conocimiento de mejores técnicas de cultivo y manejo del almendro.

 

Las preguntas que surgen en el momento en que nos encontramos son las siguientes: ¿Son sostenibles estos precios a corto/medio plazo? California controla la producción mundial de la almendra ya que su producción representa el 80% seguida de Australia con un 7% y España con un 4%.

En California el valor de la almendra supone para los agricultores más de 5.000 millones de dólares, siendo el tercer producto en valor de producción por detrás de la leche y la uva de mesa. Por lo tanto, para hablar de precios, debemos analizarlo desde el punto de vista de la almendra americana, y, por tanto, podemos decir que sus costes de producción, procesado, empaquetado y comercialización deberían ser las bases para el establecimiento del precio de la almendra en el mercado global.

Desde primeros de 2015, momento en el que tuvimos un espectacular incremento en el precio de la almendra, la tendencia del mercado se ha vuelto a situar en el rango de los 2,20$/lb (4,60€/kg) – 2,70$/lb (5,60€/kg). Entre ese rango de precios los actores se encuentran cómodos. No debemos olvidar que la almendra es un producto sustitutivo, no es de primera necesidad, y por tanto un incremento en el precio provoca una bajada en el consumo. ¿Son consecuencia de una mayor demanda o de coyunturas puntuales de mercado? La producción de frutos secos a nivel mundial ha ido creciendo en los últimos años, siendo la almendra el que más incremento ha tenido.

La almendra es el fruto seco que más se consume y por tanto también es el que sufre más tensión en el precio. Cualquier sensación de la oferta o la demanda influye muy rápidamente en el comportamiento de este. Por tanto, la especulación es un factor determinante en nuestro mercado. Las noticias que surgieron durante los primeros meses de 2015 hicieron que la oferta se retrajera y, por tanto, que los precios se incrementaran. Ante esta situación, lo lógico es que la demanda hubiera parado y el mercado hubiera vuelto a buscar su equilibrio.

Sin embargo, durante ese periodo acontecieron otros factores macroeconómicos, como el fortalecimiento del dólar frente al euro, la tensión financiera en el continente asiático, por citar algunos, y esto hizo que importar almendra americana cada vez fuera más caro. En esta coyuntura también apareció otra variable que también influyó positivamente en el precio de la almendra: LOS NUEVOS CONSUMIDORES.

Año tras año la almendra está entrando en la cesta de la compra de más personas. Consumir almendra es sano y hoy en día el consumidor es consciente de ello. Pero, a precios altos, ¿qué consumidor puede incorporar la almendra en su dieta? Las rentas per cápita más altas.

¿Será el mercado capaz de asumir las producciones de las nuevas plantaciones? SÍ. El mercado asumirá las nuevas producciones gracias a que lleva años preparándose para ello. Se espera poder incrementar la producción mundial en más del 25%. No quiero especular con las estimaciones, ya que estas podrán ser más o menos optimistas. Lo que sí podemos analizar es el consumo de almendra a nivel mundial.

El mayor consumidor de almendra es España, con un consumo de 1,5kg/persona/año, y el país que menos consume es China con 0,02kg/persona/año. La media global de consumo per cápita en 2016 ha sido de 0,16kg/persona/año. También debemos analizar el trabajo de marketing que lleva años realizando EE. UU. promocionando la almendra. Campañas de marketing específicas para cada país en las que intervienen estrellas de cine, deportistas, cocineros reconocidos, etc., lanzando mensajes claros a targets concretos. Todo este trabajo ha hecho que año tras año la demanda crezca de forma pareja, e incluso, en algunos momentos, más que la oferta.

¿Sigue siendo una oportunidad plantar almendros? Los costes de producción de la almendra española son inferiores a los de la almendra americana, principalmente como consecuencia de las técnicas de cultivo aplicadas en California, tanto por el uso del agua como por las variedades utilizadas, las cuales necesitan polinización cruzada. Sin embargo, los kilos de grano producidos en California son muy superiores a los producidos en España. Prácticamente con las mismas hectáreas productivas, España produce entre un 5%-6% de lo que producen las hectáreas productivas californianas. Y digo productivas, porque en California se siguen plantando almendros y se están plantando, utilizando las técnicas que han aprendido de otros países productores como España.

El gran trabajo realizado hasta el momento en nuestro país no debe quedarse aquí. Estamos en el principio del cambio. Centros de investigación, viveros, agricultores, fabricantes de maquinaria, asesores, formadores, cooperativas, industriales, todos estamos en marcha. Nadie podía imaginar hace 10 años que pudiéramos producir lo que producimos actualmente. Debemos seguir avanzando en esta línea, pero no debemos olvidar que también es muy importante avanzar en la comercialización.

Hasta ahora nos hemos dedicado a defender nuestra almendra de la almendra americana con argumentos de calidad organoléptica, como no puede ser de otra manera. Pero, ¿quién no se ha comido una almendra amarga alguna vez en su vida? Comercialmente está variable es insostenible y, más aún, cuando defendemos nuestro producto como el mejor y por ello intentamos ofrecerlo más caro.

Tenemos un gran potencial de crecimiento y debemos aprovechar la oportunidad que se nos presenta, aprendiendo de nuestros errores. Todos los que participamos de un modo u otro en este mercado sabemos cuáles son los errores. En nuestra mano está solucionarlos y seguir creciendo.

Fuente: Olint agromillora: https://www.agromillora.com/olint/mercado-de-la-almendra-presente-y-futuro/


O olival do mundo protege contra o CO2

Azeite protege a saúde e o meio ambiente

O olival é uma floresta bem cuidada há mais de 2.000 anos. É uma parte muito importante de uma solução para a mudança climática e é uma boa barreira contra a desertificação.

Esta floresta muito especial de oliveiras é um captador de CO2 porque retira o CO2 da atmosfera e fixa-o no solo.
Na produção de um litro de azeite, as oliveiras retiram 10kg de CO2 da atmosfera. O azeite é bom para a saúde e para o meio ambiente.