A Influência do Potássio nas Culturas

O potássio é o mineral mais abundante no tecido vegetal de praticamente todas as espécies vegetais e, por apresentar-se predominantemente na forma iónica K+ no tecido, o seu retorno ao solo é muito rápido, ocorre logo após a senescência das plantas, assim a maior parte do potássio é reciclada, embora possa haver perdas por lixiviação, principalmente quando se trata de solos arenosos. Contudo deve-se considerar que estas perdas não são tão significativas no plantio/sementeira direta porque este sistema favorece o acúmulo nas camadas mais superficiais do solo (Pavinato, 2004).

Ao contrário do que se verifica com o azoto e com o fósforo, não vamos encontrar o potássio como constituinte de qualquer dos três grandes grupos de componentes das plantas, isto é, os prótidos, os lípidos e os glúcidos (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

É um facto, porém que, quando se procede à análise química das plantas, encontramos o potássio em quantidades, de um modo geral, bastante superiores às do fósforo e, também mais elevadas do que as do azoto (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

A influência do potássio no metabolismo do azoto e síntese das proteínas apresenta também grande interesse prático, nomeadamente em plantas forrageiras (como é o caso da ervilhaca em estudo). Na ausência de uma conveniente nutrição de potássio, as plantas tendem a acumular azoto não proteico, nomeadamente na forma de amidas (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

A ação de diversas enzimas responsáveis pela realização de importantes ações bioquímicas é, em grande parte, regulada pelo teor de potássio existente na planta (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

A relação entre a utilização de potássio pela planta e os fenómenos da fotossíntese e resistência à seca tem sido observada em várias experiências e apresenta o maior interesse prático. Em presença de uma conveniente nutrição potássica, as células, em consequência da elevada capacidade de hidratação do potássio, ficam mais túrgidas e perdem menos água por transpiração (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

Várias experiências têm mostrado que uma conveniente nutrição potássica melhora a “saúde” da planta, tornando-a mais resistente ao ataque de doenças e pragas. A maior resistência poderá estar associada, por um lado, à maior espessura das células e, por outro, sobretudo no que se refere ao ataque de insetos, à influência prejudicial que a mais alta relação potássio/sódio nos
tecidos vegetais pode exercer no metabolismo daqueles agentes parasitários (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

Os sintomas de deficiência de potássio nas plantas, à semelhança do que, de um modo geral, se verifica na quase totalidade dos nutrientes, são variáveis de planta para planta. A fácil translocação do K+ faz que, também neste caso, as deficiências sejam mais evidentes nas folhas mais velhas, manifestando-se, quase sempre, pela morte e enrolamento, sobre a página inferior, das margens das folhas (Santos, J. Quelhas dos, 1983).

Escrito por: Engº Mário Mendes 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Santos, J. Quelhas dos, 1983. Fertilizantes. Publicações Europa – América pp. 50-54

Pavinato, P. Sérgio, 2008. Ciência Rural, Nitrogénio e potássio em milho irrigado: análise
técnica e económica da fertilização v.38

Araújo, A. A., 1978. Forrageiras para ceifa capineiras, pastagens, fenação e ensilagem. 3ª
edição. Porto Alegre, Sulina: pp. 53-54.

INIAP, 2006. Manual de fertilização das culturas. INIAP: pp. 38, 98.

Moraes, Y.J.B., 1995. Forrageiras, conceitos, formação e manejo. Guaíba, Agropecuária: pp.
130-131.